Vale do Ribeira recebe temporada online gratuita do teatro Histórias do avô do bisavô de Agripino

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População de oito cidades será contemplada com espetáculo da Giralua Companhia de Artes, premiado pelo ProAC

Com o objetivo de propagar memória, afeto e boas histórias por muitos lugares, o projeto Histórias do avô do bisavô de Agripino – Memória e afeto na comunidade, levará gratuitamente às cidades de Apiaí, Cajati, Registro, Ilha Comprida, Miracatu, Iporanga, Sete Barras e Cananéia, espetáculo teatral em versão online transmitido no Canal da Giralua Companhia de Artes no Youtube de 21 de setembro a 17 de outubro de 2020, promovendo interface da cultura popular através de conteúdo artístico em uma troca afetiva com a população dos municípios parceiros, todos ricos em expressões culturais.

O projeto foi premiado no Edital Incentivo ao desenvolvimento da cultura popular, tradicional, urbana, negra, indígena e plural no estado de São Paulo 2019 do Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo (ProAC), conta com a produção da Giralua Companhia de Artes e realização do Governo do Estado de São Paulo através da Secretaria de Cultura e Economia Criativa. Vale ressaltar o importante apoio das Prefeituras e Secretarias de Cultura e Educação das 8 cidades parceiras do Vale do Ribeira.

A adaptação para a transmissão virtual e não presencial como estava previsto se deu por conta da situação emergencial decorrente da pandemia. As cidades que recebem o projeto, assim como o grupo e o público, passam a ter um encontro diferente, onde o corpo estará distante. No entanto, os afetos e a memória estarão presentes. Por isso, a Companhia Giralua convida a todos para gerar aproximação neste momento em formato virtual através das plataformas digitais e redes sociais.

“Este projeto parte da pesquisa artística da Giralua que está intrinsecamente ligada a cultura popular brasileira e suas tradições. A riqueza das expressões simbólicas e culturais são recriadas nos espetáculos de teatro com bonecos para homenagear, resgatar, trocar e promover transmissão de saber sobre a cultura popular”, explica Alessandro Brandão, ator e diretor artístico da companhia.

O projeto abarca apresentação teatral do espetáculo “Histórias do avô do bisavô de Agripino” e as oficinas de artes plásticas “Madonas de Barro”, para o público adulto e “Marcenaria Lúdica – Brinquedos de madeira” para crianças e família. No campo da oralidade e narração de histórias, será oferecida ainda a oficina “Era uma vez, onde foi, onde não foi?”.

Com gratuidade em todas as ações, a intenção é envolver grande público das comunidades nesta primeira etapa de 21/09 a 17/10 em que será realizada a temporada online do espetáculo e, em uma data posterior, a execução das três oficinas por quatro cidades do Vale do Ribeira.

Confira o teaser do espetáculo

Circulação online

O espetáculo, apresentado no Espaço Giralua de Artes, a sede/casa dos artistas que fica em Bertioga, na Baixada Santista, será direcionado às crianças e toda família das cidades Apiaí, Cajati, Registro, Ilha Comprida, Miracatu, Iporanga, Sete Barras e Cananéia. “A apresentação online é cenicamente igual ao teatro de palco, com a cenografia, os elementos de cena e a teatralidade dos atores e a dramaturgia na íntegra”, detalha Val de Castro, atriz e produtora do grupo. “O registro da apresentação feito por uma produtora audiovisual promove a qualidade da transmissão. Assim, a expectativa é que todos sintam a emoção que o teatro popular proporciona com seu universo fabulatório”, acrescenta.

Ao final do espetáculo, todos são convidados para a Conversa dos Artistas com o público. A atriz Val de Castro e o ator e cenógrafo Alessandro Brandão, contarão sobre a trajetória dos 20 anos do espetáculo e da Giralua Companhia de Artes, histórias que se fundem no seu início com esta peça, sendo o primeiro trabalho profissional do grupo.

Durante a temporada online, de 21 de setembro a 17 de outubro, o link para assistir à peça Histórias do avô do bisavô de Agripino no canal da Giralua Companhia de Artes no Youtube (https://bit.ly/2Zo1NVQ), será disponibilizado ao público através das secretarias de cultura e educação de cada cidade. “Para a comunidade rural, sem acesso à internet, o arquivo poderá ser salvo em pen drive ou baixado em dispositivos móveis através da internet das cidades”, explica Val de Castro.

Na semana de 11 a 17 de outubro, o link estará aberto no Youtube em modo público, acessível a todos do imenso território virtual. Também neste período, o vídeo do espetáculo será veiculado nas redes sociais da Giralua e das oito cidades contempladas. A expectativa da companhia teatral é promover uma ampla troca cultural em homenagem à cultura popular brasileira.

Espetáculo teatral

Histórias do avô do bisavô de Agripino é a primeira peça criada e montada de forma independente pela Giralua Companhia de Artes, completando 20 anos em 2020 com centenas de apresentações na bagagem. Para o grupo, é uma importante comemoração de resistência cultural e de intensa troca promovida aos longos destes anos, pois o espetáculo segue com vitalidade, homenageando a cultura do homem e da mulher do campo.

“É uma animada peça teatral. Nela trazemos através da dramaturgia e da cenografia, o clima da vida dos moradores do campo com seus costumes, crenças, alimentação, cantigas e histórias. O público é contemplado pelos personagens que interagem com eles como se fossem seus convidados e confidentes”, conta Val de Castro.

Sinopse do espetáculo: Agripino e Bastiana têm muitos causos e anedotas na memória, histórias ouvidas desde o tempo do tataravô. O divertido contador de histórias cabeludas tem umas contas antigas para acertar com o Curupira e planeja capturar o travesso Saci Pererê.

Com duração de 50 minutos e classificação livre, o espetáculo reúne interpretação de atores e manipulação de bonecos. A referência de pesquisa vem das obras de Câmara Cascudo, Ricardo Azevedo, Raul Bopp, Mario de Andrade, Silvio Romero e Henriqueta Lisboa, além de coletâneas de pesquisa sobre a cultura miscigenada do povo brasileiro e, ainda, da dramaturgia originada das vivências, escutas, observações e experiências dos artistas em suas andanças pelo interior paulista. É um convite para toda família adentrar nas histórias do casal Agripino e Dona Bastiana dos Remédios, relembrar outros tempos e se divertir com as invencionices das narrativas orais do povo brasileiro.

Cidades parceiras

A produção da Giralua está sendo executada por Wannyse Zivko, da Arte&Efeito Produções que construiu uma relação com os dirigentes culturais das oito cidades parceiras fundamental para a amplitude territorial de atuação. É de profundo interesse da Giralua Companhia de Artes promover uma troca cultural com a região do Vale do Ribeira, dada sua rica história cultural e civilizatória ao longo dos mais de 400 anos de habitação territorial da região. “Acredito que haja muitos Agripinos e Bastianas com boas histórias para contar nas localidades desta região. Encaramos a peça como um símbolo de representatividade e preservação da cultura local”, analisa a produtora.

Confira o perfil cultural de cada uma das cidades que receberá o espetáculo online:

Cajati, com pouco mais de 28 mil habitantes, é uma cidade apoiadora de iniciativas culturais com trajetória de engajamento em circuitos de apresentações artísticas e promotora de festivais de cultura popular, como o Festival da Viola e encenação de autos teatrais populares.

Miracatu possui os 20.585 habitantes praticamente divididos entre a zona rural e urbana. Possui fortes traços de preservação da cultura tradicional com o grupo de Folia de Reis com 100 anos de tradição, Grupo de Capoeira e Quilombo.

A pequena Iporanga, de 4.300 habitantes, possui a tradicional e folclórica figura do Tropeiro, sendo rota de muitos viajantes que por ali viviam e passavam, com muitas histórias para contar advindos de diversas partes. Possui influências destes tropeiros que deixaram marcas na história das festas e danças populares como “fandangos”, “faxineiras”, “catiras” e “canas-verdes”, a “România ou Dança de São Gonçalo”, “Folias de Rei”, “Folias do Divino” e outras de cunho profano-religioso, com uma rica história de cultura popular.

Apiaí e seus 30 mil habitantes nutrem uma forte tradição do artesanato na cidade, com a Casa do Artesão e Associação de artesãos do bairro Encapoeirado. Alguns objetos artesanais, como a moringa tripé, virou símbolo cultural da cidade.

A maior dentre as cidades contempladas pelo projeto, os 56 mil habitantes de Registro preservam em sua cultura popular a Roda de Violeiros Fermino Gonçalves de Freitas, um festival de violeiros que homenageia o dia dos trabalhadores desde 1971 e a Festa Nordestina, com atrativos da culinária típica nordestina e a diversidade musical do Nordeste brasileiro.

Ilha Comprida e seus pouco mais de 9 mil habitantes acolhem com carinho os visitantes com a preservação da rica cultura caiçara, com muitas vilas, casas de pau-a-pique com fogões à lenha e pescadores tecendo suas redes.

Com cerca de 15 mil habitantes, Cananéia, o primeiro povoado do Brasil, é tombada pela UNESCO como Patrimônio Natural da Humanidade. O seu cotidiano caiçara, o estilo de vida dessas pessoas, a rotina no campo e no litoral é contada no fandango caiçara, um ritmo musical que é característico de quem vive entre o sul do Paraná e o norte do Rio de Janeiro. Em Cananéia, a última cidade do litoral sul do Estado de São Paulo, esse estilo musical é predominante nas festas da cidade.

Giralua Companhia de Artes

O grupo teatral de repertório com 20 anos de trajetória e muitos quilômetros percorridos, segue com projetos que aliam arte e educação através do teatro e das artes visuais. A companhia desenvolve pesquisa e projetos artísticos com o Teatro infanto-juvenil, Teatro de Bonecos, Intervenções Cênicas e Literárias, Leitura Encenada, Contação de Histórias e oficinas arte- educativas

A Giralua conta com diversos prêmios através do programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo – ProAC com destaque para: Raízes do Campo, Memórias da Ferrovia em Bauru, Lumeia Festim Giralua de Artes, Fabulação na Cuesta, Cabeças de Livro, FELELI- Festival de Leitura e Literatura. Soma inúmeros projetos contratados por SESC-SP, instituições culturais privadas e públicas.

Ao longo da sua trajetória teve residências artísticas em Jericoacoara-CE, Visconde de Mauá-RJ, Mirantão-Bocaina de Minas-MG, Camanducaia-MG e diversas cidades do interior paulista como Santa Bárbara d´Oeste, Bauru, Botucatu e recentemente mudou sua sede para Bertioga, na Baixada Santista. No ano de 2020 desenvolve os projetos Tenda da Leitura (Ações de Incentivo à Leitura) e Cobra Norato (Produção e Montagem Inédita de Teatro).

A história da caminhada artística da companhia pode ser encontrada no blog https://ciagiralua.blogspot.com/ e nas páginas do grupo https://www.facebook.com/ciagiralua/ e https://www.instagram.com/ciagiralua/ e canal da Giralua Companhia de Artes no Youtube: https://bit.ly/2Zo1NVQ.

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